Temperos Brasileiros que explodem de sabor: As 5 combinações perigosas que mudarão sua cozinha para sempre

Temperos brasileiros

Introdução ao universo dos temperos brasileiros

Você já parou para pensar como um simples punhado de temperos brasileiros pode transformar completamente um prato? Confesso que sempre me fascinou como ingredientes tão pequenos carregam um poder quase mágico de despertar memórias, emoções e, claro, explosões de sabor que nos fazem fechar os olhos e soltar aquele “hmmm” involuntário. Nossa culinária brasileira é um verdadeiro tesouro de aromas e sabores, resultado de uma mistura cultural única que combina influências indígenas, africanas, portuguesas e de tantos outros povos que ajudaram a construir nossa identidade gastronômica.

Quando entrei nesse universo das combinações de temperos, percebi que existe uma verdadeira ciência por trás do que chamo carinhosamente de “alquimia culinária”. Não é à toa que chamei essas combinações de “perigosas” no título deste artigo – elas são literalmente capazes de explodir de sabor e transformar para sempre sua relação com a cozinha. E não estou exagerando! Uma vez que você descobre o poder dessas combinações, não há volta. Seus pratos nunca mais serão os mesmos, e seus convidados certamente notarão a diferença.

O que torna os temperos brasileiros tão especiais é justamente essa capacidade de criar harmonias surpreendentes. Pense no dendê que colore e perfuma o acarajé baiano, no colorau que dá vida ao baião de dois nordestino, ou na combinação de alho e cebola que forma a base de tantos pratos do nosso dia a dia. Cada região do Brasil desenvolveu suas próprias combinações características, aproveitando ingredientes locais e técnicas passadas de geração em geração.

Neste artigo, vou compartilhar com você cinco combinações que considero verdadeiramente revolucionárias – aquelas que, uma vez dominadas, transformarão completamente sua experiência na cozinha. Não são apenas misturas de temperos, são verdadeiras chaves para desbloquear novos patamares de sabor em pratos que você talvez já prepare há anos. E o melhor: todas elas são acessíveis, utilizando ingredientes que provavelmente você já tem em casa ou encontra facilmente em qualquer mercado.

Então prepare-se para uma jornada sensorial pelos temperos brasileiros mais poderosos e suas combinações explosivas. Prometo que, ao final deste artigo, você estará ansioso para correr para a cozinha e experimentar cada uma dessas combinações perigosamente deliciosas. Vamos juntos desvendar esses segredos que farão sua cozinha nunca mais ser a mesma!

diversos temperos brasileiros coloridos dispostos em pequenos potes de cerâmica ou madeira

A ciência por trás das combinações de temperos

Quando comecei a me aprofundar no mundo dos temperos brasileiros, descobri que existe uma verdadeira ciência por trás daquelas combinações que parecem obra de magia. Não é por acaso que certas misturas funcionam tão bem juntas – há princípios químicos e sensoriais que explicam por que algumas combinações literalmente “explodem” em nossa boca, criando experiências gastronômicas memoráveis.

O nosso paladar é capaz de identificar cinco sabores básicos: doce, salgado, ácido, amargo e umami (aquele gostinho de “quero mais” que encontramos em alimentos como queijos curados, cogumelos e carnes). O segredo de uma combinação explosiva de temperos brasileiros está justamente no equilíbrio entre esses sabores. Quando conseguimos harmonizá-los perfeitamente, criamos o que os chefs chamam de “complexidade de sabor” – uma experiência em que diferentes notas se revelam em momentos distintos durante a degustação.

Além dos sabores, nosso cérebro também processa aromas – e estes são responsáveis por cerca de 80% do que percebemos como “sabor”. É por isso que temperos aromáticos como coentro, louro e alecrim têm um impacto tão significativo em nossas receitas. Quando combinamos temperos com perfis aromáticos complementares, criamos uma sinfonia sensorial que vai muito além do simples gosto. É como uma orquestra bem afinada, onde cada instrumento tem seu momento de brilhar, mas o conjunto cria algo muito maior que a soma das partes.

Outro aspecto fascinante é como os compostos químicos presentes nos temperos interagem entre si. Por exemplo, a capsaicina presente nas pimentas não apenas adiciona picância, mas também estimula a liberação de endorfinas – aqueles hormônios responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Já o ácido cítrico do limão tem a capacidade de “quebrar” proteínas, amaciando carnes e intensificando sabores. Quando combinamos esses elementos de forma inteligente, criamos reações que potencializam os melhores aspectos de cada ingrediente.

A temperatura também influencia diretamente na percepção dos sabores. Temperos como cominho e pimenta-do-reino liberam mais compostos aromáticos quando aquecidos, enquanto ervas frescas como coentro e manjericão podem perder sua vivacidade se cozidas por muito tempo. Entender essas nuances é fundamental para saber o momento certo de adicionar cada tempero durante o preparo de um prato.

Nas próximas seções, vou compartilhar cinco combinações de temperos brasileiros que considero verdadeiramente revolucionárias, explicando não apenas como usá-las, mas também por que elas funcionam tão bem juntas. Prepare-se para uma jornada sensorial que transformará sua maneira de cozinhar para sempre!

Combinação Perigosa #1: Alho, cebola e coentro – O trio fundamental

Se existe uma combinação de temperos brasileiros que considero a base de praticamente tudo que preparo na cozinha, é o trio alho, cebola e coentro. Essa tríade poderosa está presente em nossa culinária desde os tempos coloniais, quando as influências portuguesas e indígenas começaram a se fundir, criando o que viria a se tornar a base da nossa identidade gastronômica.

Taboa com alho, cebola e coentro

O que torna essa combinação tão especial é a forma como cada elemento complementa o outro. O alho traz aquele sabor pungente e ligeiramente adocicado quando dourado no óleo ou manteiga. A cebola contribui com sua doçura natural e textura, além de um aroma que prepara nosso paladar para o que está por vir. Já o coentro adiciona frescor, um toque cítrico e aquele aroma inconfundível que divide opiniões – mas que, para mim, é simplesmente indispensável na cozinha brasileira.

Quando utilizamos esses três ingredientes juntos, criamos o que chamo de “base aromática perfeita” para uma infinidade de pratos. Do feijão de todo dia ao mais elaborado moqueca de peixe, esse trio está lá, muitas vezes discretamente, construindo camadas de sabor que fazem toda a diferença no resultado final.

Para aproveitar ao máximo essa combinação, recomendo algumas técnicas simples: sempre pique o alho e a cebola em tamanhos semelhantes para que cozinhem uniformemente. Comece refogando a cebola em fogo médio até que fique translúcida, adicione o alho e deixe dourar levemente – mas cuidado para não queimar, pois o alho queimado fica amargo e pode comprometer todo o prato. O coentro, por sua vez, deve ser adicionado apenas nos minutos finais ou mesmo após desligar o fogo, preservando assim seu aroma e frescor.

Essa combinação é especialmente poderosa em pratos como o baião de dois, bobó de camarão e caldo de peixe. Experimente também em um simples arroz branco – você vai se surpreender com a transformação!

Combinação Perigosa #2: Pimenta, limão e sal – O toque tropical

Se o primeiro trio que apresentei forma a base da nossa culinária, esta segunda combinação é responsável por elevar qualquer prato a outro patamar. A mistura de pimenta, limão e sal é o que chamo de “finalizador perfeito” – aquele toque final que faz toda a diferença, especialmente em pratos à base de carnes, peixes e frutos do mar.

O que torna essa combinação tão especial é o equilíbrio perfeito entre picância, acidez e salinidade. A pimenta (seja a malagueta, dedo-de-moça ou a mais suave biquinho) traz não apenas o calor, mas também notas aromáticas únicas. O limão contribui com acidez refrescante que “corta” a gordura e realça os outros sabores. Já o sal, além de temperar, atua como um amplificador, potencializando todos os outros elementos.

Nas regiões litorâneas do Brasil, especialmente no Nordeste, essa combinação é quase sagrada. Um peixe grelhado na hora, finalizado com esse trio, é uma experiência gastronômica que resume perfeitamente o espírito da nossa culinária: simples, direta e incrivelmente saborosa.

Para utilizar essa combinação da melhor forma, sugiro criar uma espécie de molho rápido: esprema o suco de um limão, adicione sal a gosto e pimenta fresca picada ou em flocos. Deixe descansar por alguns minutos para que os sabores se integrem e utilize para finalizar carnes grelhadas, peixes, camarões ou mesmo saladas. O calor do prato recém-preparado vai liberar todos os aromas, criando uma explosão sensorial incrível.

limões cortados ao lado de pimentas coloridas e um pequeno pote de sal marinho grosso

Uma variação regional que adoro é a adição de um pouco de azeite de dendê a essa mistura, criando um molho que é perfeito para acompanhar acarajé, moqueca ou um simples peixe assado. O dendê adiciona uma complexidade e um sabor terroso que combina maravilhosamente com os elementos cítricos e picantes.

Combinação Perigosa #3: Cominho, colorau e louro – O segredo do nordeste

Quando penso na culinária nordestina, imediatamente me vem à mente o aroma inconfundível dessa terceira combinação de temperos brasileiros: cominho, colorau e louro. Esse trio é responsável pelo sabor característico de pratos que conquistaram o Brasil inteiro, como a carne de sol, o feijão de corda e o autêntico baião de dois.

O cominho, com seu aroma terroso e ligeiramente amargo, tem origem no Oriente Médio, mas se adaptou tão bem à nossa culinária que hoje é impossível imaginar certos pratos sem ele. O colorau (também conhecido como urucum ou annatto) contribui não apenas com sua cor alaranjada vibrante, mas também com um sabor sutilmente adocicado e notas que lembram noz-moscada. Já a folha de louro adiciona um aroma complexo, com toques mentolados e herbáceos que se desenvolvem lentamente durante o cozimento.

O que torna essa combinação tão especial é sua capacidade de transformar ingredientes simples em pratos memoráveis. Um feijão comum ganha profundidade e personalidade, uma carne ensopada se transforma em uma experiência sensorial completa. É como se esses três elementos juntos criassem uma assinatura aromática que imediatamente nos transporta para as feiras e cozinhas do nordeste brasileiro.

Taboa de corte com cominho, coloral e louro

Para utilizar essa combinação corretamente, compartilho um segredo que aprendi com uma cozinheira pernambucana: comece sempre tostando levemente o cominho em pó na panela seca, antes de adicionar qualquer gordura. Isso libera seus óleos essenciais e intensifica seu aroma. Em seguida, adicione um pouco de óleo ou manteiga e o colorau, mexendo rapidamente para que não queime (o que tornaria o sabor amargo). Por fim, adicione a folha de louro junto com os líquidos da receita, permitindo que libere seus aromas lentamente durante o cozimento.

Essa combinação é a alma de pratos como o cozido nordestino, a buchada de bode e o clássico arrumadinho. Experimente também em um simples arroz com feijão do dia a dia – você vai se surpreender com a transformação!

Combinação Perigosa #4: Alecrim, tomilho e manjerona – O toque mediterrâneo brasileiro

Pode parecer surpreendente incluir ervas de origem mediterrânea em um artigo sobre temperos brasileiros, mas essa quarta combinação representa perfeitamente como nossa culinária soube absorver e adaptar influências de diversas partes do mundo. O trio alecrim, tomilho e manjerona se adaptou tão bem ao nosso clima e solo que hoje essas ervas são cultivadas em todo o país, especialmente nas regiões Sul e Sudeste.

O alecrim, com seu aroma resinoso e levemente picante, é conhecido por sua afinidade com carnes assadas. O tomilho contribui com notas florais e ligeiramente cítricas, além de um toque mentolado sutil. Já a manjerona, prima próxima do orégano, adiciona um perfume doce e complexo, com nuances que lembram cítricos e especiarias.

Quando utilizamos essas três ervas em conjunto, criamos uma base aromática que funciona maravilhosamente bem em assados, grelhados e ensopados de cozimento lento. É uma combinação que traz sofisticação e profundidade, sem nunca dominar o sabor principal dos ingredientes – pelo contrário, ela realça e complementa.

Na culinária do Sul do Brasil, fortemente influenciada por imigrantes europeus, essa combinação encontrou um lar perfeito. O churrasco gaúcho, por exemplo, ganha uma dimensão completamente nova quando temperado com esse trio de ervas, especialmente quando aplicado algumas horas antes do preparo, permitindo que os aromas penetrem na carne.

Para aproveitar ao máximo essa combinação, recomendo criar um “bouquet garni” – um pequeno amarrado dessas ervas frescas que pode ser facilmente removido ao final do cozimento. Alternativamente, você pode misturar as versões secas dessas ervas em partes iguais e guardar em um pote hermético, criando seu próprio mix de ervas finas brasileiro.

Alecrim, tomilho e manjerona

Essa combinação é especialmente poderosa em pratos como o cordeiro assado, frango ao molho e batatas rústicas. Experimente também adicionar um pouco dessa mistura ao azeite de oliva e deixar infusionar por algumas semanas – você terá um azeite aromatizado perfeito para finalizar saladas e pratos leves.

Combinação Perigosa #5: Gengibre, açafrão e pimenta-do-reino – A fusão brasileira

A quinta e última combinação que quero compartilhar representa perfeitamente o Brasil contemporâneo – um país que continua a absorver influências globais e transformá-las em algo único. O trio gengibre, açafrão (cúrcuma) e pimenta-do-reino é o que chamo de “fusão brasileira moderna”, unindo elementos das culinárias asiática, indiana e europeia que se integraram perfeitamente ao nosso repertório de temperos brasileiros.

O gengibre, com seu sabor picante e refrescante, traz uma vivacidade única aos pratos. O açafrão (ou cúrcuma) contribui com sua cor amarela vibrante e notas terrosas levemente amargas. Já a pimenta-do-reino adiciona um calor seco e aromático que amarra todos os elementos.

O que torna essa combinação tão especial é sua versatilidade e seus benefícios para a saúde. Todos esses três elementos são conhecidos por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, tornando essa mistura não apenas saborosa, mas também funcional – algo cada vez mais valorizado na gastronomia contemporânea.

Nas regiões litorâneas do Brasil, especialmente onde há forte influência da culinária asiática, como em partes de São Paulo, essa combinação tem se tornado cada vez mais popular. Um peixe grelhado com molho de gengibre, açafrão e pimenta-do-reino é um exemplo perfeito de como nossa culinária continua a evoluir e se reinventar.

Para utilizar essa combinação da melhor forma, sugiro criar uma pasta: rale um pedaço de gengibre fresco, adicione uma colher de chá de açafrão em pó e meia colher de chá de pimenta-do-reino recém-moída. Misture com um pouco de azeite de oliva até formar uma pasta homogênea. Essa mistura pode ser usada para marinar carnes, peixes ou mesmo tofu antes do preparo, ou adicionada nos minutos finais de um refogado ou ensopado.

Gengibre, açafrão e pimenta do reino

Essa combinação é a estrela de pratos como o camarão na moranga, peixe ao curry brasileiro e frango com quiabo. Experimente também em uma simples sopa de legumes – você vai se surpreender com a transformação!

Como armazenar e preservar temperos para máximo sabor

Agora que já conhecemos as cinco combinações perigosas de temperos brasileiros, é importante falar sobre como armazenar e preservar esses ingredientes preciosos para garantir que mantenham seu sabor e aroma por mais tempo. Afinal, de nada adianta conhecer as melhores combinações se seus temperos perderam a potência por armazenamento inadequado.

A primeira regra de ouro para preservar temperos é protegê-los de seus três grandes inimigos: luz, calor e umidade. Esses três fatores aceleram a degradação dos compostos aromáticos e podem transformar temperos vibrantes em pó sem graça em questão de semanas. Por isso, sempre armazene seus temperos em recipientes herméticos, preferencialmente de vidro escuro ou cerâmica, e mantenha-os em local fresco e seco, longe do fogão e de janelas ensolaradas.

Quanto à vida útil, existe uma diferença significativa entre temperos inteiros e moídos. Temperos inteiros, como grãos de pimenta-do-reino, sementes de cominho ou folhas de louro secas, podem manter seu sabor por até três anos quando armazenados corretamente. Já os temperos moídos começam a perder sua potência após seis meses. Por isso, sempre que possível, prefira comprar temperos inteiros e moê-los na hora do uso – um moedor de especiarias simples é um investimento que vale cada centavo para quem valoriza sabores autênticos.

Para ervas frescas como coentro, manjericão e alecrim, o ideal é utilizá-las imediatamente após a colheita ou compra. No entanto, se precisar armazená-las, existem algumas técnicas eficazes: enrole-as em papel-toalha levemente úmido e guarde em saco plástico na parte menos fria da geladeira; ou pique-as e congele em forminhas de gelo com um pouco de água ou azeite, criando cubos aromáticos prontos para uso em refogados e molhos.

Uma dica que aprendi com minha avó e funciona surpreendentemente bem é secar ervas em micro-ondas: coloque as folhas limpas entre duas folhas de papel-toalha e aqueça em potência média por 30 segundos. Verifique e repita o processo em intervalos de 10 segundos até que estejam completamente secas, mas ainda verdes. Armazenadas em vidros herméticos, essas ervas mantêm muito mais sabor do que as compradas já secas.

Erros comuns ao combinar temperos e como evitá-los

Mesmo conhecendo as melhores combinações de temperos brasileiros, é fácil cometer alguns erros que podem comprometer o resultado final de suas receitas. Vamos falar sobre os mais comuns e como evitá-los.

O erro número um, sem dúvida, é o excesso. Temperos são como instrumentos em uma orquestra – cada um tem seu papel, e quando um se sobressai demais, toda a harmonia é prejudicada. Comece sempre com menos do que acha necessário, especialmente com temperos potentes como cominho, pimenta e ervas secas. Você sempre pode adicionar mais, mas é impossível remover o excesso uma vez incorporado ao prato.

Outro erro frequente é o timing inadequado. Cada tempero tem seu momento ideal para entrar em cena: temperos duros e sementes geralmente vão no início do preparo, para que possam liberar seus óleos essenciais lentamente; ervas secas vão no meio do cozimento; e ervas frescas e ácidos como limão geralmente são adicionados no final ou após o cozimento, para preservar seus aromas voláteis.

Muitas pessoas também cometem o erro de não tostar temperos secos antes de usá-los. Especiarias como cominho, coentro em grão e pimenta ganham uma dimensão completamente nova quando brevemente tostadas em panela seca antes de serem incorporadas à receita. O calor libera óleos essenciais e desenvolve notas aromáticas que permanecem adormecidas no tempero cru.

E se, apesar de todos os cuidados, você exagerar na mão? Existem algumas técnicas de resgate: para excesso de sal, adicione um carboidrato que possa absorvê-lo, como batata crua em cubos ou um punhado de arroz (que será removido depois); para excesso de picante, ingredientes lácteos como iogurte ou creme de leite podem ajudar a neutralizar a capsaicina; para temperos muito aromáticos como cominho ou curry, dilua o prato adicionando mais dos outros ingredientes, ajustando os demais temperos proporcionalmente.

Por fim, um erro sutil mas importante é não respeitar as afinidades naturais entre temperos e ingredientes. Certos temperos simplesmente funcionam melhor com determinados alimentos: alecrim com cordeiro, coentro com peixe, tomilho com frango. Essas afinidades não são regras rígidas, mas diretrizes baseadas em séculos de tradição culinária que vale a pena considerar.

Tabela: Erros Comuns ao Combinar Temperos e Como Evitá-los

Erro ComumDescriçãoComo Evitar
Excesso de temperoUsar mais tempero do que o necessário, prejudicando a harmonia do prato.Comece com pequenas quantidades e ajuste gradualmente.
Timing inadequadoAdicionar temperos no momento errado do preparo.Siga a regra: temperos duros no início, ervas secas no meio e ervas frescas no final.
Não tostar temperos secosUsar especiarias cruas, sem liberar seus óleos essenciais.Toste brevemente em uma panela seca antes de usar.
Exagero no temperoExagerar no sal, picante ou temperos aromáticos.Use técnicas de resgate, como adicionar carboidratos, lácteos ou diluir o prato.
Ignorar afinidades naturais entre saboresCombinar temperos e ingredientes sem considerar tradições culinárias.Respeite combinações clássicas, como alecrim com cordeiro ou coentro com peixe.

Criando suas próprias combinações explosivas

Agora que você já conhece as cinco combinações clássicas de temperos brasileiros e entende os princípios por trás delas, chegou a hora de encorajá-lo a criar suas próprias misturas explosivas. Afinal, a culinária é uma arte viva, e cada cozinheiro tem o potencial de contribuir com sua própria assinatura aromática.

Para começar a experimentar, sugiro seguir alguns princípios básicos: busque equilíbrio entre elementos terrosos (como cominho, pimentas secas), aromáticos (ervas, especiarias como canela, cravo), picantes (pimentas frescas, gengibre) e ácidos (limão, vinagre). Uma combinação bem-sucedida geralmente contém elementos de pelo menos três dessas categorias.

Comece modificando levemente as combinações que já conhece e aprecia. Se você adora o trio alho, cebola e coentro, que tal experimentar substituir o coentro por cebolinha ou salsinha? Ou adicionar um elemento novo, como raspas de limão siciliano? Pequenas variações podem levar a descobertas surpreendentes sem o risco de criar algo completamente incomível.

Outra abordagem é se inspirar em culinárias internacionais que têm afinidade com a brasileira. A culinária norte-africana, por exemplo, utiliza combinações de especiarias que funcionam surpreendentemente bem com ingredientes brasileiros. Experimente adicionar um pouco de canela e cravo ao tradicional refogado de carne com cominho e veja como essa pequena mudança pode transformar completamente o perfil de sabor.

Não tenha medo de documentar suas experiências. Mantenha um pequeno caderno na cozinha e anote as combinações que funcionaram bem e as que não deram certo. Com o tempo, você desenvolverá um repertório pessoal de misturas que refletem seu paladar único.

Algumas sugestões de combinações inovadoras para você experimentar: páprica defumada, limão e mel para marinar frango antes de assar; gengibre, hortelã e pimenta-de-cheiro para um molho fresco para peixes grelhados; ou canela, pimenta-do-reino e raspas de laranja para carnes de caça ou cortes bovinos mais robustos.

mãos misturando temperos

Lembre-se que a culinária brasileira sempre foi definida por sua abertura a novas influências e sua capacidade de transformá-las em algo único. Ao criar suas próprias combinações de temperos, você está participando dessa tradição viva e contribuindo para a evolução contínua de nossa rica herança gastronômica.

Conclusão: Temperos que transformam sua cozinha para sempre

Ao longo deste artigo, mergulhamos no universo fascinante dos temperos brasileiros e descobrimos cinco combinações verdadeiramente explosivas que têm o poder de transformar completamente sua experiência culinária. Desde o trio fundamental de alho, cebola e coentro até a moderna fusão de gengibre, açafrão e pimenta-do-reino, cada uma dessas combinações carrega em si não apenas sabores, mas também histórias, tradições e possibilidades infinitas.

O que mais me encanta na culinária brasileira é justamente essa capacidade de absorver influências diversas e transformá-las em algo único, autenticamente nosso. Nossos temperos contam a história de um país formado por muitos povos, culturas e tradições culinárias que, ao se encontrarem em nosso território, criaram uma das gastronomias mais ricas e diversificadas do mundo.

Espero que este artigo tenha despertado em você a vontade de experimentar, de ousar com os temperos e de criar suas próprias combinações explosivas. A cozinha é um espaço de criatividade, de afeto e de conexão – e os temperos são ferramentas poderosas para expressar sua personalidade através dos alimentos que prepara.

Lembre-se sempre: não existem regras rígidas quando se trata de temperar. As combinações que compartilhei são apenas pontos de partida, baseados em tradições culinárias consolidadas, mas a verdadeira magia acontece quando você encontra seu próprio equilíbrio, seu próprio estilo. Confie no seu paladar, experimente novas possibilidades e, principalmente, divirta-se no processo!

Se você gostou deste artigo, não deixe de explorar outros conteúdos em nosso blog sobre técnicas de corte que todo cozinheiro deveria dominar, utensílios essenciais para uma cozinha brasileira completa e segredos dos chefs brasileiros para pratos inesquecíveis. E claro, compartilhe suas experiências com essas combinações de temperos nos comentários abaixo ou nas nossas redes sociais – adoraria saber como elas transformaram sua cozinha!

Elso Nunes Por Elso Nunes

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Referências

Elso Chef
Sobre o autor

Elso Nunes

Sou Elso N. Carvalho, chef de cozinha, blogueiro e idealizador do Sabor Eureka (www.saboreureka.com.br). Minha paixão pela gastronomia começou cedo, movida pela curiosidade de transformar ingredientes simples em experiências inesquecíveis. Formado em Gastronomia pelo Senac, iniciei minha jornada em restaurantes tradicionais e alguns mexicanos, onde desenvolvi um profundo amor pela culinária brasileira e mexicana e pelas possibilidades criativas que elas oferecem.

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